restos do tempo
são-me oferecidos
em palavras agridoces
e o júbilo de ontem
é tragado pelas migalhas
do improvável
restos enxertados
de um pavio de tempo
desocupado
talvez seja por isso
que deixo por onde passo
o agreste caminhar dos esquecidos
e nos restos
que me deleito
rugem leões à solta
retirando o meu encanto
e no arquivo privado
paixões fulminantes
são acesas em rastilhos expirados
onde estórias do amanhã descansam
num resto que me dás
em tempo indeterminado
(Naf)
27/04/2011