Pela Estrada Fora
desde que
os meus olhos
te rasgaram
nas sebes
a luta é um fastio
de rastos
exílio
permanente
de civilizações
a morte em ti liberada
corredor
boca em silêncio
que os homens em ti cortaram
permissão de véspera
para morrer
nova sentença nocturna
pão de bolor
sem côdea
tardiamente no peito
acumulas carimbos
desembainhados de salivas
o festim
abre um espaço fértil
no teu corpo contentado
vagueias Pela Estrada Fora
o meu pobre silêncio
jamais será o mesmo
(NAF)
14/05/2011