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maio 24, 2011

cântaros quebrados



vejo através da janela
que os meus olhos
se tentam abrir

nada é deixado ao acaso
pelo fluxo sanguíneo
atento ao pormenor
da objectiva

os teus braços continuam estendidos
desde o ocidente ao oriente

embora deles já pouco se lembrem
alguns levam-te para terras distantes
num pedaço de papel

e das paixões que em ti se escondiam
e boatos ou romances que em ti nasceram
já pouco resta
além de cântaros quebrados

meço cada centímetro da tua raiz
incólume ao abalo frenético das terras

e faço dos teus arcos o meu trapézio
alfacinha balançando ao sol
ao som do trânsito estagnado, que não bebeu
das tuas águas vivas


NAF
23/05/2011