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maio 05, 2011

a máquina



descrita como corpo
função comer dormir e outras coisas mais
em noites frias o teu esforço foi suspeito
nas ruas friccionadas pela miséria
alguns diziam ser máquina mecânica
inanimada sem o eu insignificante
executor de frequência respiratória
dono de tosses e vómitos ao som do fado
instrumentado por espírito especializado em cavalo
maquinado por dedos e bocas perenes
numa valeta qualquer dos subúrbios
onde mulheres lambem máquinas
em troca de papel colorido e poluído
pela fumaça de uns charros
dos agarrados na esquina pérfida ao lado
que vagueiam procurando beatas inacabadas no lixo
passeiam passos largos pela liberdade
estendendo a mão aos topo de gama que por ali passam
que deixam cair um pedaço de metal sujo
nas mãos de uma máquina humana à espera de ser abatida.



(Naf)
03/05/2011