as pedras também choram
não perdi o evento do ano
quando um carrilhão de pensamentos
talhados ao som de uma fisga certeira
me foram oferecidos esta tarde
os olhos de um rapaz arisco
apontam para o alvo fácil,
são cegonhas que dançam
ao som da trombeta
o leito do rio é espelho
de um helicóptero que passa alheio
ao que voa no mesmo ar
cúmplice
ao serem lançadas
o riso amargo ressurge
e as pedras choram
cortando-lhes a ponta das asas
e tu, que tens telhados de vidro
não queiras para ti
uma fisga de açúcar
com sabor agridoce
NAF
01/06/2011