os donos da sorte
as pérolas nas suas mãos
são ninfas da solidão
que fazem adormecer
as latitudes do músculo pulsante
rendido ao sacramento dos restos do tempo
em que nada acontece
porém não abranda
e segue em passo descontinuo de desespero pelo vazio
que se apresenta como que num altar
agente do mundo inteiro
flácidos protestos de gritos transparentes
levados ao limiar da fraqueza humana
pêndulos, dizem eles
fazendo uso de franquias e despojos alheios
são pérolas que se arrastam
por entre os donos da sorte
(NAF)
09/06/11