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março 31, 2011

Caminho




caminhei por uma estrada
Cujo destino era incerto


levei comigo um poema
E o meu ser
nada mais

guardei as memórias no passado
que fechei à chave
um escudo
que protege as minhas emoções
das margens da viagem

e segui o caminho
sujeitando-me às minhas pernas
cansadas

pelo caminho vi duendes roxos
que a todo o custo me queriam retardar

corri para as margens
dos precipícios das borboletas

de canários à solta
no mundo
onde as ostras tinham dentes

os meus pés já cansados
caminhavam lentos
enquanto o horizonte fugia
e fugia
e fugia
e fugia
de mim

Ah! queria ser ave
mas no entanto
não tinha coragem de entregar as rédeas
a quem aprendeu a voar
melhor do que eu

levei comigo um poema
E o meu ser
nada mais

e fiz de cada montanha
o meu carrossel preferido
e de cada deserto
uma lição aprendida


(Naf)
30/03/2011