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agosto 19, 2011

quisera eu

quisera eu
banhar-me nas tuas águas
sem molhar a alma
que me dói
e saber o quanto és doce
sem nas minhas papilas
absorver a tua casca rugosa
quisera manter-me à superfície
e levantar-me da poeira
que me sopra aos ouvidos 
em um só trago
que tu sentes
em prosa nas minhas mãos
são lançados os palmos do descrédito
que me açoitam os lábios
em gemido afastado de mim
quantos porquês serão amanhã
senão ouvir o vento
que me roubou
a marcha exclusiva
dos silêncios
puros


(NAF)
12/08/11