Translate

agosto 04, 2011

boca descalça


vezes sem conta
tento flutuar 
acima do real vínculo
que me faz pisar o chão

no lençol de memórias de mim
embrulho um sol apagado
que tenta com a fagulha que resta
reacender o grito do fogo

pela dança do riso
e se pega, contamina
pelas calçadas onde os meus sapatos
despedem a sola

que se rompe, renova
renova e rompe
e as palavras esculpidas descansam
na liteira

aguardando
o pousar do meu peso
sobre a minha boca sem nós
descalça


(NAF)
03/08/11