boca descalça
vezes sem conta
tento flutuar
acima do real vínculo
que me faz pisar o chão
no lençol de memórias de mim
embrulho um sol apagado
que tenta com a fagulha que resta
reacender o grito do fogo
pela dança do riso
e se pega, contamina
pelas calçadas onde os meus sapatos
despedem a sola
que se rompe, renova
renova e rompe
e as palavras esculpidas descansam
na liteira
aguardando
o pousar do meu peso
sobre a minha boca sem nós
descalça
(NAF)
03/08/11