quero voltar a voar
eu sou uma folha
caduca
no chão que não se move
levanto-me
poiso
renasço
esqueço
sem remorso
nem retorno
esse fruto doce
e que dei
alimentei,
as sobras de alegria
lhes bastaram
quero voltar a voar
e não me lembrar
onde pôr os pés
são vendavais
onde me arrastam
ou o ilusório
sabor doce das quedas
sem querer
me levanto
sem parar
continuo
sem dor
nem um sono à vista
no final
trilho
um atalho
recto
em mim
rente ao tronco
húmus da terra
que bem me quer
(NAF)
10/07/11