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julho 24, 2011

fado


espero que a guitarra
avance
pelos meus ouvidos
vazios, atentos
nas cordas o seu choro é entrelaçado
trémulo no som de uma
pele dona que conhece
o canto e rima
com as notas
na ponta dos dedos amestrados
é solta a melodia
antes presa
no calabouço
da boca cansada
os olhos esses, fecham-se
para mais um serão
de intimidade
com a mais pura madeira
nascida das mãos
vivida nos ouvidos
abertos, sedentos
para o alto momento
na noite
de Lisboa


(NAF)
22/07/11