rasgo o
rascunho esborratado
que entope o grito
das minhas veias
dos dias em que somo o
gatinhar de minutos vazios
prevendo
um só passo curto
desisto das
palavras que enrolam
esperneiam
sacodem
sobrevivem
insistem como peçonha
nos atalhos
fixos beco da língua
recuso da esperança
é quando dói e arde
sangra
e cura a alma
e, se antes o mundo não acabar
talvez rasgue
as sombras e fantasmas
de um arco íris demasiadamente
brilhante
__despido de margens
(NAF)
23/12/11