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dezembro 26, 2011

__parágrafo


rasgo o
rascunho esborratado
que entope o grito
das minhas veias

dos dias em que somo o
gatinhar de minutos vazios
prevendo
um só passo curto

desisto das
palavras que enrolam
esperneiam
sacodem
sobrevivem
insistem como peçonha
nos atalhos
fixos beco da língua

recuso da esperança
é quando dói e arde
sangra
e cura a alma

e, se antes o mundo não acabar

talvez rasgue
as sombras e fantasmas
de um arco íris demasiadamente
brilhante

__despido de margens


(NAF)
23/12/11