levaram
as densas luzes
aos quatro cantos
do mundo
transportaram
açúcar, gelo e
a salvação
gratuita
encontraram
leões, coroas e outras
poças de lodo
limparam-nas
mergulharam-se
nelas
sem sabão, toalha
e escova de dentes
riram-se
das grades fechadas
cadeias floridas
e
seguiram em frente
olhando para
a eternidade
comum
alheios
aos espinhos
(NAF)
30/12/11
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dezembro 30, 2011
dezembro 26, 2011
__parágrafo
rasgo o
rascunho esborratado
que entope o grito
das minhas veias
dos dias em que somo o
gatinhar de minutos vazios
prevendo
um só passo curto
desisto das
palavras que enrolam
esperneiam
sacodem
sobrevivem
insistem como peçonha
nos atalhos
fixos beco da língua
recuso da esperança
é quando dói e arde
sangra
e cura a alma
e, se antes o mundo não acabar
talvez rasgue
as sombras e fantasmas
de um arco íris demasiadamente
brilhante
__despido de margens
(NAF)
23/12/11
A chegada
E eis que se faz tarde
na luz já a carne, se une
aos mistérios de uma cria
de gente ainda por nascer
no sangue
uma célula de adorno
à alma
todos nós
(NAF)
15/12/11
Natal 2011
dezembro 17, 2011
quadro de ardósia
lição
aprendida
e sustento o teu beijo
(meu)
cunhado na face abóbada
adorno do magma
em ferro fundido lacrado e selado da tua ausência
no tempo finito
sem lugares agrestes
nem côncavos
da lua vibrante
um leito
feito dos nossos olhos de pó
e de vento
(NAF)
17/12/11
aprendida
e sustento o teu beijo
(meu)
cunhado na face abóbada
adorno do magma
em ferro fundido lacrado e selado da tua ausência
no tempo finito
sem lugares agrestes
nem côncavos
da lua vibrante
um leito
feito dos nossos olhos de pó
e de vento
(NAF)
17/12/11
dezembro 16, 2011
O voo
vejo-te
vejo-te nas árvores
em plena gestação lunar
vejo-te
nos gansos e nas águias
nos penhascos das montanhas
na nuvem,
que passa
viajante de algodão doce
por entre o tecto azul
cheio de ti
cheio de nós
vejo-te
por cima das nossas cabeças
na erva daninha
toca de coelho
e vejo-te
nos carris da carroça empoeirada
chuva de lágrimas,
tuas, minhas,
nossas
que enchem o oceano
inteiro
do sopro da tua alegria
oxigénio de mim
vejo-te
e nem por isso desfoco a
lente, o teu coração
na minha sombra
curta
(NAF)
14/12/11
vejo-te nas árvores
em plena gestação lunar
vejo-te
nos gansos e nas águias
nos penhascos das montanhas
na nuvem,
que passa
viajante de algodão doce
por entre o tecto azul
cheio de ti
cheio de nós
vejo-te
por cima das nossas cabeças
na erva daninha
toca de coelho
e vejo-te
nos carris da carroça empoeirada
chuva de lágrimas,
tuas, minhas,
nossas
que enchem o oceano
inteiro
do sopro da tua alegria
oxigénio de mim
vejo-te
e nem por isso desfoco a
lente, o teu coração
na minha sombra
curta
(NAF)
14/12/11
a queda
Qual
folhinhas de outono
c
a
i
o
nos teus braços
como
confetis
coloridos
rumo
ao norte
sou tua
sou minha
sou livre
(NAF)
13/12/11
folhinhas de outono
c
a
i
o
nos teus braços
como
confetis
coloridos
rumo
ao norte
sou tua
sou minha
sou livre
(NAF)
13/12/11
reticências
dezembro 12, 2011
Eva
eis que rodopio
entre o cardo
e a rosa
alongo-me
esperneio
vigio
sem que a
lupa
da eternidade
se abrigue
sou musa
e hóspede
de um espelho
vazio
de mim
(NAF)
12/12/11
entre o cardo
e a rosa
alongo-me
esperneio
vigio
sem que a
lupa
da eternidade
se abrigue
sou musa
e hóspede
de um espelho
vazio
de mim
(NAF)
12/12/11
enquanto viver
já não preciso ter esperança
em mim pelos vastos caminhos que percorri
hoje sou vaso
e no fundo uma raiz sem seiva
guardada entornada estendida
para que todos ou nenhum saibam
de onde vim
tenho em mim o segredo
da esperança
enquanto viver
já nada sobra do enlace demorado
das horas vagas à espera dos cantos vazios
e tormentos
pela resposta que enfim tardava
pelos atalhos se fazendo longos
já não preciso embarcar nos molhos de sonhos
que me obrigam a voar
sou raio sem destino
brilho sem luz
estrela cadente
rompo o espaço e descubro
o nada
infinito
(NAF)
11/12/11
em mim pelos vastos caminhos que percorri
hoje sou vaso
e no fundo uma raiz sem seiva
guardada entornada estendida
para que todos ou nenhum saibam
de onde vim
tenho em mim o segredo
da esperança
enquanto viver
já nada sobra do enlace demorado
das horas vagas à espera dos cantos vazios
e tormentos
pela resposta que enfim tardava
pelos atalhos se fazendo longos
já não preciso embarcar nos molhos de sonhos
que me obrigam a voar
sou raio sem destino
brilho sem luz
estrela cadente
rompo o espaço e descubro
o nada
infinito
(NAF)
11/12/11
eclipse
em acção
longe do celeiro
da colheita
deitados
nas lonas
do tempo
fartos
e um sossego
ultimato
pára o sol
já não há
polpa
frio
neste arbusto
de nós
moído
(NAF)
11/12/11
longe do celeiro
da colheita
deitados
nas lonas
do tempo
fartos
e um sossego
ultimato
pára o sol
já não há
polpa
frio
neste arbusto
de nós
moído
(NAF)
11/12/11
frutos da época
como um vaso de
rosmaninho
abeto perfumado
em grãos de café
e um doce suave de manga
biológica
no teu colarinho
o silêncio
que se feche
na premonição da ausência
dos teus poros
suco
frutos da época
nem sempre são férteis
nem sempre são flores
mas sempre são
amor
(NAF)
10/12/11
rosmaninho
abeto perfumado
em grãos de café
e um doce suave de manga
biológica
no teu colarinho
o silêncio
que se feche
na premonição da ausência
dos teus poros
suco
frutos da época
nem sempre são férteis
nem sempre são flores
mas sempre são
amor
(NAF)
10/12/11
retiro da lua
nas minhas unhas
o teu cheiro
meu ciúme
entre os favos
das línguas arejadas
o mel nosso
egoísmo
retiro da lua
é o abraço
nas quatro paredes
do céu
nas nossas bocas
a urgência
(NAF)
06/12/11
dezembro 07, 2011
puro sangue
como se nada houvesse
prendo-me ao ilusório aprendiz
que me arranha e dispensa
uma névoa de alguma folha murcha
que caia e embeleze
esta dúvida
como se nada entendesse
agarro-me à
capa de uma esperança invisível
vestida de penas nem sempre
leves
nem sempre seguras em minhas mãos
ásperas
como se nada engolisse
respiro o ar lembrando um cartucho
de balas envoltas num qualquer corpo agonizado
selado com a marca do desconhecido
como se nada rompesse
me agarro às pálpebras dos velhos
mexendo em suas rugas com meu oxigénio
respirando aguardando que um dia
seja esse o meu rosto
como se nada existisse
velho tronco de cave em submissão
ao puro sangue da vida
(NAF)
03/12/11
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