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novembro 29, 2011

sei que és amor porque só tu vês na mentira do meu sorriso a dor dos meus olhos 
foram tantas as vezes que o vento levantou mais mas muito mais do que alguns cabelos soltos caducos que sonhavam entre si sobreviver, quase morte mas viva permanece a essência mãe nos abraços estendidos ao canto oposto do ínfimo eu rasgando ideias entre rascunho descascando estrelinhas em panos quentes na órbita prosaica dos silêncios 

novembro 26, 2011

parágrafo sem ponteiros

Tentei por o teu rosto
em jaula
benzida fechada
Lavrei sorriso a sorriso de ti
na minha boca sedenta
Vazia em vão
Ou não,
senão loucura embriagada
Engoli-te em sonhos
desmascarei-me de
Mim e assim
Sem ti descalça dispersa
Distante de nós
sem vírgulas nem pontos
só tu no pensamento
E latejante como ferida que não dói
e não sara vieste
e sem cadeados rompeste a solidão
ao desatares o nó das minhas pestanas
na urgência do nosso abraço
ofereceremos um parágrafo sem ponteiros
Às libelinhas marcianas
Pois no lago azul de prata
já festejam as aves
Em danças de mil pés

(NAF)
16/11/11

novembro 22, 2011

não desisto


não desisto do luar
em noites de céu coberto
ainda que o mar caia
e se levante em fúria no cosmos
da alma gota a gota
não desistirei
farei das plumas da vida
um navio em constante movimento
contornarei
retomarei ao cais
em vagas inconstantes
tumultos de mim
enfim
Não! não desisto das palmas das
almas que me enternecem
sou nada e sem algo que me sustente
por entre as gentes que se engrandecem
como pura seda em olhos que tecem
sal doce em boca amarga
talvez tente,
talvez vá até ao fim
esconda as lágrimas em parte incerta
e não desista
de mim
(NAF)
18/11/11

novembro 18, 2011

mãos



sou fria em dias nebulosos
quente dentro da nuvem que passa
mas em silêncios me desfaço
e redescubro
nos pés daquele que me levanta
os meus dias
me resgatando para a luz
uma vez mais
(NAF)

novembro 12, 2011

degraus

éramos tantos
aquecendo-nos no inverno
sala meio cheia, gelada
compartilhando dos mesmos vírus
ao toque mutável de um aperto de mão
oblíquo distante
ou de um beijo traidor
em dias de sorte comum
mas nenhum saía de cena
quando no caminho do corpo e sangue
feridos de morte
uma vez mais convinha darmos o abraço
da mesma espécie viva
de esperança
para que parecesse paz na terra
e ao nosso redor o amor
sem degraus
nem panos quentes
(Naf)
09/11/2011