dá-me um colo onde possa adormecer nua
nesse lugar onde os lírios cantem
e te saibam sempre por perto
a gosto de aninho entre os teus dedos
e onde guardarás numa caixinha
o beijo repetido nas palavras
dá-me mãos inteiras que se multipliquem no tacto
e uma manhã e outra
de suor como se fosse dilúvio
e eu dar-te-ei um aconchego
do tamanho de uma casa.
e retirar-te-ei as asas fartas da solidão
Vamos! gastemos depressa o tempo, perca-mo-nos
que o mundo nos caia para dentro do silêncio
que lá fora a realidade é o nosso espaço, por inteiro.
Naf
(26/05/2013)