
é preciso
ancorar o sol
nas asas dos nossos olhos
mudos
e soprar
as pétalas que se foram
antes do sorriso
nascer incólume
são emoções que
nos avassalam prestes a cair
e dúvidas
tais como razão e eternidade
emudecem-se
múmias de nós
só a trave
que nos arregaça a língua
parece lembrar-me o entardecer
das gaivotas
quando o céu navegava
nos nossos olhos
(NAF)
10/04/2012