Translate

julho 30, 2019

Poema do acaso


Vem, antes que a luz se apague.
dispõe-te a ser combustível
nesta escuridão
de melodias insípidas
e caminhos agrestes,
onde andas sem mim.
Vem calçar os meus pés
nos teus sapatos rotos e
rirmo-nos entre as 9 e as 15
contarmos juntos as andorinhas
talvez, e pronuncio
fazermos um exame ao número de células que existem nos teus lábios
Despidos de fluxo sanguíneo
(Se quiseres.)___ Se vieres, não venhas promolgar despedidas ou desmedidas
Manifestações de amor
Não!
Mas sim, quando vieres lembra-te!
não quero flores, nem embrulhos que o tempo corrói e acabarão por se apagar
Quero sim que venhas inteiro e livre
Cheio de dias para me dar
E um sol descoberto
De trevas
Antes desta luz se apagar.

©Naf


[Quaisquer coincidências com a ficção são pura realidade.]

julho 04, 2019

Criação I

Meritíssimo
Peço-lhe que tenha em consideração
A minha voz,
Não sorvo ervas daninhas
Nem me lembro 
Dos cardos zarolhos
Que são cena de gatilho sem cravo
Tracem-me um abraço previdente
Pois sou ser que não habita 
Em rede de peixe comum
Puseram-me antenas e devastadoras
Etiquetas de grinalda 
Com código de barras para quem quisesse ver 
Aos poucos tentaram invadir as
Larguras do infinito 
Sem contar com a ré ao pagamento 
Das suas próprias mãos
Pois sim, agora sou eu que me cruzo
Em caso de dúvidas 
Absolva-me.
Despeje o coração
Nas palavras
Pois sou mulher
Em construção.
E sismo de magnitude
Elevada.

Naf

[Quaisquer coincidências com a ficção são pura realidade.]